terça-feira, 31 de julho de 2007

Os numerinhos e as pessoas

A primeira citação (ou melhor, reprodução) deste blog vai para Eduardo Galeano, em O Livro dos Abraços.
"Onde se recebe a Renda per Capita? Tem muito morto de fome querendo saber.
Em nossas terras, os numerinhos têm melhor sorte que as pessoas. Quantos vão bem quando a economia vai bem? Quantos se desenvolvem com o desenvolvimento?
Em Cuba, a Revolução triunfou no ano mais próspero de toda a história econômica da ilha.
Na América Central, as estatísticas sorriam e riam quanto mais fodidas e desesperadas estavam as pessoas. Nas décadas de 50, de 60, de 70, anos atormentados, tempos turbulentos, a América Central exibia os índices de crescimento econômico mais altos do mundo e o maior desenvolvimento regional da história humana.
Na Colômbia, os rios de sangue cruzam os rios de ouro. Esplendores da economia, anos de dinheiro fácil: em plena euforia, o país produz cocaína, café e crimes em quantidades enlouquecidas."

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Pan e o luto

Até o acaso conspira contra a alegria dos brasileiros, que logo tiveram que arquivar a comemoração pelo bem desempenho no Pan para chorar pelos mortos na queda de mais um avião. No mesmo dia, 18 medalhas nas mãos dos atletas brasileiros e 180 mortos no que os apresentadores de TV não cansam de chamar de 'o maior acidente aéreo da história do país'. Recorde macabro, que devemos aos nossos competentes políticos, ANAC, Infraero, empreiteiras... Qualquer um que já tenha aterrissado em Congonhas sabe o frio na barriga que dá, com aquela pista curta e o mar de prédios ao redor. Dia desses passei pelo Terminal rodoviário Tietê, confortável e com infra-estrutura perfeitamente capaz de atender ao grande fluxo de passageiros e saquei: Congonhas virou uma rodoviária, como o Tietê era tempos atrás, com excesso de gente e conforto zero. Rotas demais, centenas de vôos chegando e partindo, um suplício para quem mora nas redondezas, que afinal não tem culpa se a voracidade do mercado imobiliário cercou o aeroporto de prédios, casas e comércio. Quanto tempo vão demorar para fechar Congonhas ou, na melhor das hipóteses, limitar severamente suas operações?

domingo, 15 de julho de 2007

CHAFARIZ CASUAL











Uma tubulação rompida pode não ser um bom negócio, mas faz a alegria de quem habita as ruas cinzas e frias de São Paulo. Enquanto o funcionário da Sabesp aguarda reforço para consertar o estrago, houve quem visse ali um belo chafariz...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

(identidade 2)

Lá pela trigésima tatuagem queria sua pele de volta.

(identidade 1)

Quanto mais arduamente tentavam ser diferentes, mais iguais ficavam.