quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

UM GRANDE ANO!!


Não há do que reclamar. O ano que fica para trás daqui a pouquinho, a partir da zero hora de amanhã, foi pródigo no cair de máscaras, no descortinar de horizontes.
Se encararmos da perspectiva de que a vida acontece a partir do atrito gerado pelo movimento, foi mesmo um ano incrível. Do escândalo com os cartões corporativos no início do ano, fazendo cair a ministra da Igualdade Racial, à eleição de Obama nos Estados Unidos, pudemos presenciar ou assistir momentos decisivos para a história da humanidade, seja ela global, regional ou em nossas vidas pessoais. E ver esse período de 12 meses se encerrando com a proposta em execução de um massacre na faixa de Gaza, é certamente um fato para repensarmos tudo o que temos ouvido ou estudado sobre a humanidade. E que ruam as estruturas calcadas no poder bélico e economicista, pois tudo indica que a espécie humana está mesmo precisando rever toda sua organização social, política e econômica, caso contrário a hipótese de se procurar vida fora do planeta para garantir a sobrevivênca da espécie, vai ter que ser levada a sério. E penso que não era essa a motivação exata de Zé Ramalho para cantar um certo taxi para a estação lunar...bom, deixa pra lá!
Por aqui tudo foi muito bem, obrigado! Desde meu cordão umbilical finalmente partido com a Casa do Olhar de Santo André, em função de uma série de acontecimentos que não cabem nesse post, ao reencontro de velhos amigos em torno de novos projetos para esse novo ciclo que se inicia, foi um ano de tomadas de decisões importantes, planos audaciosos para um futuro próximo e um certo desengavetar de projetos que trouxe um ânimo extra para muita gente. O projeto Fotografia Rodante (foto acima), por exemplo, foi finalmente colocado na rua depois de uma ação coletiva enriquecedora. Resolvemos encaminhar a proposta ao MinC e estamos lá, correndo com a papelada para viabilizar o projeto via Lei Rouanet. Por outro lado, se o belo projeto com o fotógrafo espanhol Koldo Chamorro não rolou, abriu-se uma porta para ações futuras que não demorarão para acontecer, tenho certeza.
A grande descoberta foi em Diadema. Além de reecontrar-me com Glauter, uma grande e especial figura que eu não via há anos, iniciei uma documentação fotográfica com o povo de santo da região. Vem sendo uma experiência mítica e mais que enriquecedora. Estou tendo oportunidade não só de conhecer melhor uma dinâmica cultural-social-religiosa extremamente complexa, mas ouvir e presenciar histórias dessa gente guerreira e bonita. Uma lição de vida além da oportunidade de praticar minha fotografia, e também de questionar-me em diversos aspectos.
Bom, que tenhamos todos um ciclo repleto de boas novas, com muita saúde, alegria e realizações. E que os encontros tão prazerosos com os amigos sejam mais freqüentes!

sábado, 20 de setembro de 2008

FOTOGRAFIA RODANTE

Iniciamos hoje, pelo ciiM (Centro Independente de Imagem), o projeto Fotografia Rodante lá na Cidade São Jorge, em Santo André.
Primeiro, temos que agradecer pois muita gente colaborou com máquinas fotográficas, livros, revistas e audiovisuais. E hoje, nesse 20 de setembro de 2008, já pudemos sentir que essa andança pelas beiradas de Santo André vai ser uma experiência e tanto. Na foto, Danilo e Tiago, que estão participando das atividades com fotografia e estarão nas ruas da Cidade São Jorge produzindo suas imagens, e também posaram na lona montada na Praça das Crianças.
Na foto abaixo, a primeira foto de Danilo produzida durante a oficina. Semana que vem tem mais!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Urubici

De São Ludgero, interior de Santa Catarina e terra de Nilva, partimos para rodar um pouco pela região. Depois de subir pela Serra do Corvo Branco, fomos descendo por Urubici buscando o caminho que nos levasse à Serra do Rio do Rastro.
A estrada de chão, extremamente empoeirada devido à seca, ficou ainda melhor no final da tarde.

Rio Nhundiaquara


A viagem com as meninas começou em 18 de julho. Primeira parada: Morretes. Depois de descer a bela Estrada da Graciosa e encarar um barreado no almoço, nada mais justo que uma pausa para curtir a sombra e o sorvete de gengibre na beira do rio Nhundiaquara, antes de seguirmos adiante na estrada.

sábado, 2 de agosto de 2008

Rio Vermelho II


Sofia voltando da praia do Moçambique no fim de tarde.

Rio Vermelho

Quase fim de tarde na Reserva do Rio Vermelho, do ladinho da praia de Moçambique, onde ainda é possível catar conchinhas e contar nos dedos de uma mão a quantidade de pessoas que curte o sol de inverno na generosa faixa de areia. Não mudou nada nos últimos 10 anos, que benção!

Anhatomirim

A mocinha não se avexa e faz pose num dos canhões da ilha de Anhatomirim, na costa de Florianópolis. As armas, que nunca dispararam um tiro, servem a fins bem menos bélicos hoje. E pensar que tanta gente foi fuzilada nessa ilha. Eu não gostaria de passar uma noite ali, imagino a quantidade de fantasmas que vaga por aquele forte.

Rio do Rastro

De manhãzinha, a névoa começa a se dissipar no sopé da serra. Lá em cima, sol e vento, um vento desses que assobiam.

Paisagem revista

De tanto ver a beleza, os olhos tornam-se insensíveis a ela. Hoje mesmo os morros cobertos de pedras da minha terra natal, em Santa Catarina, me parecem belos. Estranhos e belos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Seu Francisco

Seu Francisco sumiu da rua. Durante muito tempo eu nem soube o seu nome, só sabia que era o velhinho que arrastava uma perna e morava em uma guarita ao lado da loja da esquina. À noite ele dormia ali, espremido no espaço de menos de um metro de diâmetro. Durante o dia, às vezes, eu também o via dormindo, sentado em algum banco do parque. Abria e fechava o portão para os moradores mais antigos, não sei se algum lhe dava um trocado, roupas, comida. Quando lhe entreguei uma sacola de roupas, minha boa ação do dia, ele disse que não queria, que era inútil. Na época, não entendi sua reação. Acabou aceitando, mas nunca o vi usando nenhuma das peças. O dono da loja da esquina me contou que também havia tentado lhe dar roupas novas, e que seu Francisco as recusara, fora rude mesmo. Homem azedo, ou amargo, sei lá. Noutro dia, apesar da perna ruim, deu um corridão no garoto que trabalha como vigia e fica sentado na esquina oposta à sua. Durante todos esses anos pensei muitas vezes em entrevistá-lo, pedir que me contasse sua vida, falasse sobre a mulher, as filhas que às vezes o visitavam na guarita e por que vivia daquela forma, apartado da família, dias e dias, anos e anos indo e vindo nesta ruazinha de uma quadra, como um cão sem dono. Não o fiz, não sei exatamente por que, e agora é tarde. Faz pelo menos um mês que Seu Francisco sumiu da guarita e da rua. Passou mal, foi levado para um hospital e não voltou mais.

Cidade-privada

Farol fechado na Paulista, o trânsito habitual. O sujeito – aparência normal, meio gordinho, nem velho nem novo, lembro que usava óculos e carregava uma mochila - atravessa a faixa de pedestres até a ilha da avenida. Em vez de avançar em direção ao lado oposto, para encostado a um poste, abre a braguilha e ali, à vista de todos, alivia-se. Depois, antes que o farol abra, atravessa a faixa de volta para o mesmo lado de onde saiu e some na multidão.

sábado, 14 de junho de 2008

SANTA CEIA OPERÁRIA

Um piquenique entre Fords e Volkswagens. Uma família centrada, tranqüilamente reunida num ambiente quase opressor. Mal cabe o filho caçula que insiste em observar o fotógrafo por debaixo do pára-choque da lustrosa Belina. O ano é 1972, o dia é do Trabalho e a classe operária vai ao paraíso: 1º de maio de um domingo em pleno Parque Estoril, em São Bernardo do Campo. Ao fotojornalista João Colovatti coube a sensibilidade de transcender a banalidade da pauta e eternizar uma cena felliniana, carregada de significado e lirismo para um ABC que viu no operário o símbolo de sua força e, no automóvel, o da sua riqueza.
O mestre Cartier-Bresson ensina que "a fotografia implica o reconhecimento de um ritmo no mundo dos objetos reais. O que faz é perceber e focar o sujeito determinado dentro da massa desta realidade. O que a câmera faz é simplesmente registrar sobre a película a decisão tomada pelo olho". Embora a fotografia seja dependente de um aparto técnico sem fim, o aspecto racional não parece ser o melhor companheiro no momento decisivo. João Colovatti era o típico fotojornalista da "velha guarda", movido pela paixão de encontrar na rua as histórias que ajudava a contar nas páginas do Diário do Grande ABC. Enchentes, buracos de rua, clássicos futebolísticos regionais, acidentes em geral e tantas outras fontes para o fechamento diário eram tratados com a curiosidade e petulância de um menino, com a delicadeza e poesia de um cavalheiro.
Assim, com sua fotografia mostrava toda a sensibilidade escondida em seu metro e setenta e mais de cem quilos de um homem aparentemente bruto. Formado pela vida por meio da convivência com homens simples em bares, ruas e recintos noturnos, apostando na amizade como bem maior, João se manteve na fotografia enquanto pôde. Nunca teve equipamento próprio e fazia do aparato técnico apenas um meio para se sociabilizar, reconhecer-se no outro e fazer parte da vida. Minor White, que dizia "o fotógrafo se projeta em tudo o que vê, identificando-se com tudo para poder conhecê-lo e sentí-lo melhor", encontraria aqui um bom exemplo para ilustrar seu pensamento. João, que nesse 1972 fotografava há apenas dois anos e era completamente autodidata, já mostrava todo o seu talento e sensibilidade para as coisas prosaicas da vida. Um homem sem qualquer ambição, capaz de transformar mais um piquenique de domingo numa verdadeira santa ceia operária

Este texto foi produzido originalmente em 2005 para a disciplina de Psicologia da Arte, durante meu curso de pós-graduação em Fotografia no Senac, em São Paulo. Resolvi compartilhá-lo aqui e agora, em função da exposição Revelações de um Anti-Herói: Fotografias de João Colovatti, que está novamente em cartaz, dessa vez na Casa Amarela, na Fundação Santo André.

Para saber um pouco mais sobre João Colovatti, clique aqui.
Para ler matéria publicada no jornal ABCD Maior, clique aqui.
Para ler matéria no Diário do Grande ABC, clique aqui.

Revelações de um Anti-Herói: Fotografias de João Colovatti
Curadoria de Marcello Vitorino e
produção executiva de Petra Ramos Guarinon
Realização: Fundação Santo André, Casa Amarela e ciiM
Até 28 de junho, de terça a sexta, das 9h às 21h30.
Sábados, das 9h às 16h.
Casa Amarela (dentro do Centro Universitário Fundação Santo André)
Avenida Príncipe de Gales, 821. Santo André
Tel.: 4979-3300

terça-feira, 13 de maio de 2008

Seu José


José Inácio de Almeida, 69 anos, é natural de São Luiz do Paraitinga. Foi seminarista por cinco anos durante sua juventude, e hoje é - fez questão que eu anotasse direitinho - um irmão franciscano, congregado mariano e vicentino. Me mostrou uma bela medalha de Santa Maria, um terço singular e, depois de dizer inúmeras vezes que eu me parecia com Jesus, deu-me um sermão de pelo menos 15 minutos sobre a humildade e simplicidade. Depois de pelo menos quatro abraços nos despedimos, mas antes seu José declamou um belo poema caipirade sua autoria que, infelizmente, se esvaiu em minha memória como a fumaça saindo dos tachos. Ficou somente o registro do brilho nos olhos.

SÁBADO COM O DIVINO

Eis que a família Bianco Vitorino acordou na manhã deste sábado em São Luiz do Paraitinga, para testemunhar mais um encerramento da centenária Festa do Divino, no Vale do Paraíba. O dia amanheceu nublado e a localização do hotel - praticamente ao lado do Centro de Exposições - nos levou diretamente ao galpão onde um pelotão abençoado passara a noite preparando o afogado, prato típico da festa que mais tarde seria servido a uma multidão de sabe-se lá quantas mil pessoas.

O Dorvo, ao centro da foto aí de cima, é o homem responsável pelo preparo do afogado, quem decide se os tachos de ferro devem receber mais cominho, sal, cebola, salsa ou água para prolongar o cozimento, dar mais ou menos densidade ao caldo.

A comida pronta começa a ser dividida em grandes panelas para servir a população que já fazia fila do lado de fora.


Antonio de Moura, 68 anos, trabalha há mais de 20 anos ali no afogado, responsabilidade que vem transmitindo ao seu filho Lucas de Moura, de 12 anos, e que há seis já freqüenta os bastidores da Festa do Divino.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O dilema de Ronaldo

Ele foi casado com a Suzana, a Milene, a Daniela, e na semana passada, depois de anos de muita esbórnia e (pouco) futebol, eis que Ronaldo, Ronalducho, o fenômeno, volta às primeiras páginas dos jornais. Em mais uma daquelas comemorações regadas a sexo e pagode, nosso anti-herói dentuço se perde na noite carioca a bordo de três travestis, arma o maior fuzuê num motel várzea total e depois dá aquela desculpa clássica. Ok, ok, nós acreditamos. Olha a abordagem que o Francisco Bosco dá ao assunto, no delicioso Banalogias: "O desejo pelas travestis não é um homossexualismo enrustido. É uma questão lógica que a singularidade anatômica das travestis, produzindo um ser que não é nem homem, nem mulher, produz conseqüentemente um desejo que não é nem homo, nem heterosexual. Desejar uma travesti é desejar uma determinada economia entre homem e mulher, entre masculino e feminino. Uma economia híbrida, ambivalente, sobretudo ao nível da própria anatomia. (...) O desejo pela travesti é correlato, ao nível anatômico, do desejo pelas mulheres fálicas, isto é, pelas mulheres que assumem um papel social masculino. Em ambos os casos, é uma ambigüidade que mobiliza o desejo, sendo importante essa ambigüidade que, finalmente, define-o, exigindo para si também uma nomeação singular, capaz de fazer justiça conceitual à sua singularidade: o desejo pelas travestis não é nem homo, nem hetero, mas heteromo, ou homoétero". Está bem assim, Ronaldo? Depois reproduzo outras pérolas do livro aqui, prometo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

quarta-feira, 16 de abril de 2008

olhares cruzados

COLAGEM URBANA

Da janela do carro, carros. Eles também estão por todos os lados em Salvador.

RECORTES SOTEROPOLITANOS


Hoje cedinho, enquanto esperava o carro que vinha me pegar no hotel, resolvi andar um pouco pelo entorno do Pelourinho antes de iniciar a pauta do dia. É bom deixar o olhar correr solto pela cidade...por qualquer cidade!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Vermelho

A quarta-feira acabando em Manaus, com a silhueta da abóboda do Teatro Amazonas. Com um final de tarde desses, não dá para resistir a pelo menos uma fotinho de pôr-do-sol.

Tam tam tam tam...


Ao embarcar em Guarulhos, na manhã dessa terça-feira, não imaginava que fosse me lembrar de um Fordinho 29 que um amigo do meu avô, em Santa Rita do Passa Quatro, emprestava de vez em quando para que ele levasse os netos para dar uma voltinha pelas ótimas estradas secundárias da região. O som desses passeios que ficou registrado em minha memória era o da troca de marchas com aquele câmbio seco, que exigia uma hablidade danada do motorista. Um arranhão, um tranco ou coisa do tipo era inevitável, mesmo para o meu tio Didio, que pilotava a máquina com maestria.
O fato é que, na beira da pista de decolagem, o piloto anunciou um retorno da aeronave para a manutenção, devido a problemas no motor esquerdo. Da minha janela, justamente a asa esquerda. Embaixo de mim, depois de 40 minutos na manutenção de última hora, o som preocupante, na decolagem e na aterrissagem, que me fez lembrar o Fordinho. Essa aí em cima teria sido a minha última foto, feita num parco celular, do brinquedo-painel que fica à frente de cada poltrona apertada, com filmes e informação do trajeto para distrair os navegantes.

terça-feira, 8 de abril de 2008

1001 Noites no Sarajevo

O pessoal do Projeto Nave continua mandando ver nas noites de quinta-feira no Sarajevo, na rua Augusta 1385, São Paulo. Nada contra o bar, que também recebe figuras como Bocato e Salve Jorge, mas espero que depois que lançarem o segundo disco - que já está na marca do pênalti - os caras deslanchem e deixem as noitadas na rua Augusta como um capítulo das histórias para contar.
Para ouvir Projeto Nave clique aqui.
Se quiser ver o Projeto Nave, então clique aqui.

quinta-feira, 13 de março de 2008

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Dois filmes

Ontem foi dia de concentrado de cinema, quem tem filho sabe como é, uma escapulida e todos os filmes bons que se puder ver em um único dia. Com tão pouco tempo, tanto filme em cartaz e uma locadora excelente pertinho de casa (para pegar os filmes menos urgentes ou apetitosos), nessas saídas, só vale o crème de la crème, ao menos dentro de nossa modesta bagagem cinematográfica.
Havíamos selecionado três filmes no guia da semana, mas depois da segunda sessão julgamos que não havia espaço para mais nada. Os escolhidos foram “Sweeney Todd: o barbeiro demoníaco da Rua Fleet”, de Tim Burton, e “Onde os fracos não têm vez”, dos irmãos Coen.
Assistir ao filme do Tim Burton, como sempre, foi uma grande experiência estética, mas desta vez muito mais visceral do que nos filmes anteriores do diretor. As cores desaparecem de vez, com exceção do sangue rubro das vítimas do barbeiro. E a música (sim, trata-se da filmagem de um musical da Broadway), para minha surpresa, caiu como uma luva e acabou dando força à tragédia, que se passa nas ruas fétidas de Londres no século 19. Ratos e homens não se distinguem, aqui, e não há qualquer esperança de redenção.
No filme dos irmãos Coen, a violência também é a tônica, mas senti uma ressaca moral bem maior no final da sessão, talvez por estarmos vivendo exatamente estes tempos de violência globalizada, transnacional, movida a petróleo e drogas. Nos identificamos e sofremos com o velho xerife (magistralmente) interpretado por Tommy Lee Jones, atordoado e absolutamente impotente em meio a uma sociedade desprovida de valores. Aqui, os homens são como os coiotes no deserto.
Bom, foi uma das escapulidas cinematográficas mais proveitosas dos últimos tempos. “Jogo de cena”, do Eduardo Coutinho, ficou na vontade. É torcer para ficar em cartaz mais um tempinho, até a próxima.

Lá se foi mais um carnaval

Lá se foi mais um carnaval. Praticamente invisível, insípido e inodoro, é incrível como quem mora em São Paulo pode simplesmente ignorar a existência da maior festa do país. Aqui ela passa longe, fica bem domesticada lááá no sambódromo. A exceção são as apresentações de bandinhas aqui e ali, tocando as marchinhas que embalaram tantos bailinhos de nossa infância. As crianças de hoje, no entanto, não parecem ver muita graça nas letras de duplo sentido, ou sentido na súbita alegria que toma conta de todos. Sofia, devidamente fantasiada e com os cabelos pintados de cor-de-rosa, não compartilhou do êxtase dos foliões. Observou tudo, mas não levantou um dedinho, nem tentou rebolar ou entrar no clima de ziriguidum. Só virou e falou: vamos embora? Então tá!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

PINGANDO FOTOGRAFIA

Antes de chegar a próxima lua, que chuva! Parado no trânsito de São Paulo, entre uma ligação e outra, uma foto. O celular tem mesmo sido um bom amigo do homem...