quarta-feira, 25 de abril de 2007

Haikai

Hora do rush
Formigas fazem fila
Adeus manjericão

sexta-feira, 20 de abril de 2007

As time goes by


O trágico drama de ser um grande sucesso é a certeza de que, mais do que servir de referência, a obra vai se tornar modelo. Dará origem a uma série de cópias - algumas boas, outras mesmo muito ruins - até que um dia acontece: algo que era único e especial se converteu em uma fórmula desgastada. É como ouvir várias vezes a mesma música comovente - depois de um tempo ela perde seu efeito e se torna parte do ambiente.
Sessenta e cinco anos depois de seu lançamento, Casablanca sofre desse mal. Quem assiste o filme pela primeira vez já viu aquela história antes, ou até mesmo já sabe algumas falas de cor, como ocorre com "Louis I think this is the begining of a beautiful friendship". São referências vindas de outros filmes, de músicas, de desenhos animados.
O auto-sacrifício em nome da felicidade e bem-estar do ser amado é uma fórmula desgastada. "Se você a ama, deixe-a partir" - não é uma idéia nova ou estranha para qualquer criança que já tenha assistido meia dúzia de desenhos da Disney.
E então, o que era original perdeu sua magia para todos que o sucederam.
Estes, por sua vez, não podem ser acusados de algum mal: como surgir com algo completamente novo, geração após geração? Naturalmente, esse raciocínio não deve servir de defesa para a preguiça criativa. Mas, sejamos honestos, quanto mais inventamos, menos sobra a ser inventado. Os sentimentos básicos humanos, aqueles capazes de comover, serão sempre os mesmos.
Como pintar coisas muito diferentes, tendo sempre as mesmas cores?



Uma coisa, no entanto, permanece indefectível: As time goes by, aqui interpretada por Frank Sinatra.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Chá de cadeira


Dia desses precisei esperar pouco mais de duas horas para fazer uma única foto de um grupo de executivos reunidos. E enquanto isso, na sala de justiça...

terça-feira, 10 de abril de 2007

Haikai


No pequeno lago
A carpa chega ao fim
E nada de novo

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Cantor

Lâmpadas brilham aos meus pés, de três em três. Enfeites baratos de Natal para alegrar o show. Mas eu não os vejo. Há 40 anos não vejo a luz. A noite está dentro dos meus olhos, e talvez por isso eu me sinta tão à vontade na madrugada, onde todos são mais ou menos iguais a mim, gatos pardos. Mas eu posso sentir as cores nas canções que já vêm sozinhas, sem freio nem porteira. Dó, vermelho, si, amarelo, ré, verde... canto e me transformo num caleidoscópio. Quando piso no palquinho de 20 centímetros, seguro gentilmente o microfone, como faria um amante, e esqueço a escuridão, a conversa do público, as palmas distraídas e até o cheiro de muzzarela no ar.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

300

Resumindo "300", o atual campeão de cópias nas salas de cinema de São Paulo: os gregos de Esparta (ocidentais) são mui machos, liiindos, heróicos, grandes estrategistas e ainda por cima amorosos com suas mulheres e filhos. Os persas (orientais) são feios, sujos e malvados, muito malvados. O Xerxes de Rodrigo Santoro, como alguém já anotou em algum ponto da blogosfera, está prontinho para liderar a primeira parada gay do inferno. Depois de ver o filme fiquei tentando imaginar o que o moço quis dizer com 'escolher papéis que evitem estereótipos'. Hãã??