quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Pan e o luto

Até o acaso conspira contra a alegria dos brasileiros, que logo tiveram que arquivar a comemoração pelo bem desempenho no Pan para chorar pelos mortos na queda de mais um avião. No mesmo dia, 18 medalhas nas mãos dos atletas brasileiros e 180 mortos no que os apresentadores de TV não cansam de chamar de 'o maior acidente aéreo da história do país'. Recorde macabro, que devemos aos nossos competentes políticos, ANAC, Infraero, empreiteiras... Qualquer um que já tenha aterrissado em Congonhas sabe o frio na barriga que dá, com aquela pista curta e o mar de prédios ao redor. Dia desses passei pelo Terminal rodoviário Tietê, confortável e com infra-estrutura perfeitamente capaz de atender ao grande fluxo de passageiros e saquei: Congonhas virou uma rodoviária, como o Tietê era tempos atrás, com excesso de gente e conforto zero. Rotas demais, centenas de vôos chegando e partindo, um suplício para quem mora nas redondezas, que afinal não tem culpa se a voracidade do mercado imobiliário cercou o aeroporto de prédios, casas e comércio. Quanto tempo vão demorar para fechar Congonhas ou, na melhor das hipóteses, limitar severamente suas operações?

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