sábado, 12 de maio de 2007

Baixio das Bestas


Ontem entrou em cartaz Baixio das Bestas, de Claudio Assis. Vi o filme há uma semana no Cinesesc, durante a Virada Cultural. Afora a lembrança de ter lido sobre prêmios recebidos pelo filme, fui assistir na total ignorância. Gosto disso, de ver um filme quase despida de pré-julgamentos. Quase, já que assisti Amarelo Manga e li sobre a fama de brigão do cineasta (que há coisa de um ano xingou publicamente Hector Babenco durante um festival, confesso que simpatizei com moço).
Ver o filme foi como levar um soco no estômago, saí do cinema meio atordoada. Não só porque é Baixio das Bestas é extremamente violento e ainda mais cru que Amarelo Manga, mas porque é contra as mulheres toda a violência exposta naquele cenário de decadência da Zona da Mata pernambucana. Sem mocinhos, sem redenção, sem promessas, sem saída. Mas não acho que seja essa toda a causa do meu mal-estar. Talvez ela esteja na impressão que tive, de que mostrar esse recorte de mundo escroto foi, lá no fundo, uma grande fonte de gozo para o cineasta.

Nenhum comentário: